Recolocação: Foi demitido. E agora? | JPeF
Sempre um episódio traumático, enfrentar uma demissão é particularmente difícil em um momento de crise. É nesse cenário em que a insegurança com capacidade de honrar compromissos, quitar dívidas e sustentar a si próprio e a seus dependentes recebe o acréscimo do medo sobre quanto tempo passará até que se conquiste a recolocação. É uma situação desesperadora, mas, além de contornável, pode constituir uma oportunidade para um recomeço sobre bases mais sólidas.
Mesmo quando decorre da necessidade de uma corporação de reduzir seus gastos, a dispensa fere o orgulho de um profissional. Há ainda diversas outras variáveis que podem ter influenciado a decisão, desde o desempenho aquém do esperado até as relações interpessoais na empresa. A demissão, portanto, deve ser seguida por uma autoanálise, que servirá para a identificação dos próprios gaps e correções necessárias ao desempenho até o vislumbre de vocações e oportunidades de mercado.
Embora geralmente provoque desânimo, pessimismo e ansiedade, a demissão pode ser usada para uma reflexão profunda, que leve à autocrítica. É hora de se refletir nos erros, nas qualidades, no que se realizou de bom, nos insucessos e em como se portaria diante da repetição de desafios já enfrentados anteriormente. Por fim, deve-se pensar no mercado e em quais oportunidades e obstáculos ele apresenta. A partir dessa reflexão, será mais fácil decidir qual rumo trilhar.
Há metas que demandarão tempo para serem conquistadas. Uma nova graduação ou um curso demandará tempo até sua conclusão, assim como uma guinada profissional só se concretizará depois de várias etapas. Se essa for a opção escolhida, é preciso um planejamento que contemple o tempo de cada estágio, as necessidades financeiras, investimento e ocupações que garantirão os recursos demandados para essa empreitada.
Se a escolha for pela permanência no mesmo ramo de atuação, o profissional deve mapear as empresas de seu segmento e, consciente de seus pontos fortes e com um discurso em mente, iniciar os contatos.
Por mais dolorosa que seja, uma demissão pode resultar no aprimoramento de um profissional. Além de mais forte e consciente, a autorreflexão que esses episódios acabam por impor leva a uma maior maturidade e preparo para enfrentar novos desafios.
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