Efeitos da crise política e econômica no mercado de trabalho
Dois anos consecutivos de recessão resultam hoje num desemprego que atinge 13,6% da população economicamente ativa do país, ou 14 milhões de desocupados, e no menor número de trabalhadores com carteira assinada do país desde 2012, conforme dados do IBGE relativos aos meses de fevereiro, março e abril. Além do cenário econômico, a crise política impossibilita que haja um cenário previsível, o que acaba com postergar ou cancelar investimentos.
Esse quadro não afeta apenas os que procuram uma vaga de trabalho. Diante da redução de renda generalizada, empresas têm sua demanda reduzida, o que as força a diminuir produção, custos e, consecutivamente, cortar mão de obra. Quem está empregado se vê acuado. Tem de alcançar metas, o que é dificultado pelo cenário, e se vê ameaçado pelo número de profissionais dispostos a ocupar sua vaga por uma remuneração menor. Ao mesmo tempo, para quem está desempregado, os processos de recrutamento se tornam cada vez mais raros.
Por mais desalentador que seja o cenário, o profissional precisa seguir em frente. Os desafios são maiores e forçam a adoção de uma postura adequada. Quem está empregado deve, além de alcançar suas metas, ter uma atuação participativa, que colabore com a empresa como um todo. Mais do que nunca, saber trabalhar em equipe é fundamental, da mesma forma que ter versatilidade para se executar mais de uma função. É assim que o profissional se mostrará indispensável à companhia.
Para os que procuram uma vaga, é necessário ter proatividade. Se as oportunidades estão escassas, elas devem ser criadas. O profissional deve selecionar as empresas de sua área e, além dos RHs, buscar contato com seus líderes. São iniciativas que, se não geram o resultado esperado de imediato, podem ter valia no futuro. Além de possuir o preparo técnico, o candidato deve conhecer a si próprio, o que é importante para a preparação necessária a um bom desempenho em entrevistas e processos de recrutamento. Ter em mente suas capacitações, qualidades e vocações é o primeiro passo para quem quer se mostrar apto à função oferecida.
Por mais longa que seja, toda crise passa. As dificuldades fortalecem o profissional. As adequações que períodos como o atual impõem são fundamentos para uma carreira próspera.