A universidade e a realidade do mercado
É comum que jovens não se sintam preparados para ingressar no mercado de trabalho após a conclusão de um curso superior. Há um grande abismo entre a teoria e a prática, e isso se deve em grande medida às universidades, que não conseguem acompanhar as constantes mudanças do cenário corporativo. Ao mesmo tempo, geralmente, os alunos não se engajam de maneira adequada para realizarem uma transição mais consistente.
É fato que um diploma de nível superior proporciona maior poder de barganha no ingresso na vida profissional. Mas, atualmente, as empresas observam com mais atenção talento e perfil comportamental do que preparo teórico. Conquistar o mercado de trabalho, portanto, requer competências específicas, como a capacidade de utilizar o conhecimento (acadêmico e profissional) para a realização de tarefas e solução de problemas, pró-atividade e outros diferenciais.
Além disso, muitos alunos encaram seus cursos apenas como uma maneira de obter um diploma e a isso se limitam, acabando por deixar a universidade sem o preparo necessário para ingressarem em uma profissão. Outro fator que resulta no distanciamento entre o mundo teórico e o prático é o próprio corpo docente de uma universidade. Muitos professores limitam sua atividade profissional à carreira acadêmica e, desta forma, acabam desatualizados sobre as exigências práticas do mercado. Assim, alunos acabam conhecendo apenas conceitos ultrapassados para serem aplicados em sua vida profissional.
Para fazerem frente a esta lacuna e contarem com colaboradores mais preparados, muitas empresas investem em cursos preparatórios in company. A busca é por formar talentos internos, preenchendo as falhas deixadas durante a formação acadêmica. Esse tipo de oportunidade, entretanto, só é dada àqueles que demonstram seu potencial e dedicação à profissão. Mesmo que o problema da colocação profissional seja comum aos formandos, a postura do estudante é que vai fazer a diferença, ou seja, o seu comprometimento com a carreira escolhida. O planejamento da transição para o mundo profissional não deve ser feito no último semestre da faculdade. É preciso que ele permeie toda a duração do curso, no sentido de se buscar experiências práticas, por meio de estágios ou orientações de profissionais mais maduros que já estejam no mercado.